Olá mulheres maravilhosas, e homens inteligentes que querem aprender mais sobre a verdadeira natureza feminina.
Fico imensamente feliz por ter o olhar que tenho hoje em dia. Como vocês já sabem, sou professora de dança (entre outras coisas), e fico maravilhada vendo as minhas alunas dançarem. Tenho alunas de várias faixas de idade, a mais "experiente nas coisas da vida" tem 75 anos. Amo poder vê-las dançando, pois consigo ver e sentir a essência e beleza da alma de cada uma. Claro que elas normalmente são muito críticas consigo próprias, mas eu...ah...eu consigo ver além e digo isso a elas sempre! Cada uma tem uma beleza, cada uma tem uma linda essência que se expande a medida em que se deixam levar pela música, pela dança e pela vida! Passo esta informação por conta da minha experiência pessoal de todos os dias, mas vejo beleza em todas as mulheres, naquelas que passam na rua, que são mães, filhas, avós, nas minhas lindas flores virtuais com as quais troco carinho e amizade aqui neste mundo dos blogs, aquelas que nem conheço pessoalmente e que vejo pela televisão, e por aí vai!
Mulheres lindas, descubram o seu poder, não falo do poder egóico, mas sim aquele que nos faz sentir belas independente da forma física, idade etc. Não sejam escravas da moda, da sociedade, do botox e das cirurgias plásticas indiscriminadas. Pra tudo há um tempo certo! Quer fazer uns ajustezinhos faça, mas sem perder a sua fisionomia, sem perder a beleza que o senhor tempo trouxe.
Hoje trago o trecho de um texto do livro "Mulheres que correm com os Lobos" da Clarisse Pinkola Estés que acho maravilhoso!
Leiam com muita atenção, e com muita alma também.
Beijinhos à todos que passarem por aqui.
O Poder das Ancas
O que constitui um corpo saudável no mundo instintivo?
No nível mais básico— o seio, o ventre, qualquer parte onde haja pele, qualquer parte onde haja neurônios para transmitir sensações — a questão não é a do formato, do tamanho, da cor, da idade; mas, sim, se existe sensação, se funciona como deveria, se temos reações, se temos todo um leque, todo um espectro de sentimentos.
Ele tem medo, está paralisado pela dor ou pelo receio?
Está anestesiado por traumas antigos?
Ou será que ele tem sua própria música?
Está ouvindo, como Baubo, através do ventre?
Está olhando com uma das suas inúmeras formas de ver?
Passei por duas experiências decisivas quando estava com vinte e poucos anos, experiências que contrariavam tudo o que me haviam ensinado sobre o corpo até então. Quando estava num seminário de uma semana de duração para mulheres, à noite junto ao fogo e perto de fontes termais, vi uma mulher nua de cerca de 35 anos. Seus seios estavam murchos de amamentar; seu ventre, estriado de dar à luz. Eu era muito nova e me lembro de ter sentido pena das agressões sofridas pela sua pele fina e clara. Alguém estava tocando tambores e maracas, e ela começou a dançar, com o cabelo, os seios, a pele, os membros todos se movimentando em direções diferentes. Como era linda, como era cheia de vida. Sua graça era de partir o coração. Eu sempre havia ridicularizado a expressão "furacão nos quadris". Naquela noite, porém, vi um exemplo. Vi o poder das suas ancas. Presenciei o que me haviam ensinado a ignorar: o poder do corpo de uma mulher quando é animado de dentro para fora. Quase três décadas mais tarde, ainda posso vê-la dançando no escuro e ainda sinto o impacto da força do corpo.
O segundo despertar envolveu uma mulher muito mais velha. De acordo comos padrões vigentes, seus quadris eram excessivamente parecidos com pêras, seus seios eram ínfimos em comparação, e suas coxas eram totalmente cobertas por finíssimas veias arroxeadas. Uma longa cicatriz de alguma cirurgia grave circundava seu corpo, indo desde a coluna vertebral até as costelas, como um corte para descascar maçãs. Sua cintura devia ter a largura de quatro palmos. Era, portanto, um mistério o motivo pelo qual os homens zumbiam à sua volta como se ela fosse um favo de mel. Eles queriam morder suas coxas de pêra, lamber aquela cicatriz, segurar aquele peito, descansar o rosto nas teias das suas varizes. Seu sorriso era deslumbrante; seu caminhar, extremamente belo. E quando ela olhava, seus olhos realmente absorviam o que estavam vendo.
Vi novamente o que me haviam ensinado a ignorar, o poder no corpo. O poder cultural do corpo é a sua beleza, mas o poder no corpo é raro, pois a maioria das mulheres o expulsou com torturas ou com sua vergonha da própria carne. Tendo em vista o exposto, a mulher selvagem pode pesquisar a numinosidade do seu próprio corpo e compreendê-lo, não como um peso morto que estamos condenadas a carregar por toda a vida, não como uma besta de carga, mimada ou não, que nos carrega por aí pela vida inteira, mas como uma série de portas, sonhos e poemas através dos quais podemos obter todo tipo de aprendizagem e conhecimento. Na psique selvagem, compreende-se o corpo como um ser por seus próprios méritos, que nos ama, que depende de nós, para quem, de vez em quando, somos a mãe e que, de vez em quando, representa a mãe para nós.
Flores e Luz.
10 comentários:
Os padrões de vida de hoje em dia levam as mulheres a pensar que são feias e imperfeitas...
Eu notúrnica??? rsrsrsrsrsrs... Belo texto... professora! Perfeito! Seria tão bom se "todas" as mulheres admitissem o "tempo", o mundo seria leve e mais feliz. A concorrência é brava, isso mesmo, concorrência pq no fundo elas acabam competindo entre si... uma pena né.
Mô querida, ameiiiiiiiiiiiiiii este post, fiquei com uma vontade louca de dançar, dançar com o coração, celebrar a vida!!!
Obrigada!!!
Estou muito feliz em poder conhecer você e Andréia, venham logo, tá? rsrsrsrsrs
Beijosssssssssssssss
Vero
Belíssimo texto amiga!
Realmente, hoje em dia as mulheres viram escravas dos padrões de beleza e esquecem que o verdadeiro poder feminino vem de dentro para fora e não ao contrário.
Bjo no core, minha linda amiga
Oi!
Adorei o que escreveu, pois não acredito no feio... Acredito que cada ser é único, e hoje em dia as mulheres tentam, e se escondem na sua beleza natural. Eu sou uma apreciadora das mulheres, amo demais! Quando dou aulas, tento envolvê - las de uma maneira que se olhem e se sintam lindas!
Somos quem somos ... rsrsrs!
Bjs
Ser Estranho Ser !
Minha amiga como sempre nos deixando sábias palavras. Já me recomendaram esse livro, já estive com eles por várias vezes nas mãos, mas ainda não o li. Provavelmente, pois ainda não era o momento.
Estou considerando lê-lo, após o te'rmino do que estou lendo no momento.
Beijos
Oi minhas lindas!
Amei ler seus comentários.
Eu sou assim, a pessoa que não desiste nunca! rsrsrs Acredito misso, faço a minha parte e tento conscientizar outras pessoas tbm! Vamo embora ser feliz, somos lindas, somos mulheres, somos filhas da Grande Mãe.
Beijinhos e obrigada pelo carinho.
Flores e Luz.
Estou escrevendo no meu blog minha jornada interior inspirada no livro Mulheres Que Correm Com Os Lobos. Acompanhem e comentem: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/
Que lindo texto Mõnica (o seu, falando da dança e da mulher e o de Clarisse!).
Primeiro: eu adoro dançar, porém não tenho a mínima noção...coloco música celta, gitana, árabe e ponho a dançar com "a vontade d'alma"! Me solto, giro...ah bom que é, nã é?!
Estou à procura de uma escola de dança do ventre ou cigana por aqui mas ainda não econtrei...
Mulheres são belas por essência! Pobres das que pensam ser "feias" e ainda não descobriram e despertaram seu verdadeiro poder do "EU"!
Beijo de luz.
Mô minha querida orientadora e amiga, como te amo!! Você é assim, esta pessoa maravilhosa que sempre traz luz as nossas vidas...
Sou muito grata a Deus e a Deusa pela oportunidade de ter te conhecido e de conhecer a dança do ventre através de você, uma sacerdotisa de Ísis, que cumpre este papel tão linda e dignamente.
Adorei o texto, é maravilhoso!
beijos,
Si
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